Quando falamos de organização financeira, uma dúvida muito comum surge entre quem está endividado: “Faz sentido guardar dinheiro mesmo devendo?”. Para muitos, a ideia de poupar enquanto se carrega uma dívida parece contraditória, até mesmo “burrice”. Mas será que é mesmo?
A verdade é que a resposta depende da situação e, em muitos casos, guardar dinheiro pode ser uma estratégia inteligente e necessária, mesmo com dívidas.
🤔 Por que parece errado economizar com dívidas em aberto?
O raciocínio mais comum é:
“Por que guardar R$100 se posso usar esse valor para quitar parte da dívida e pagar menos juros?”
Essa lógica faz sentido quando estamos falando de dívidas com juros altos, como cartão de crédito, cheque especial ou empréstimos com taxas abusivas. Nesses casos, quanto mais rápido você quitar, melhor.
Mas… a vida real não é só matemática. É também emocional.
E é aí que entra a estratégia.

💡 Quando guardar dinheiro É uma estratégia inteligente
1. Criar uma reserva de emergência
Se você está devendo e não tem nenhum dinheiro guardado, está vulnerável. Qualquer imprevisto (como um remédio, conserto de algo, ou um gasto inesperado com transporte) pode te empurrar para novas dívidas ainda piores.
Nesse caso, é estratégico separar uma pequena parte da renda para formar uma reserva, ainda que mínima (R$50 por mês já é um começo). Isso evita que você se enrosque ainda mais no futuro.
2. Alívio psicológico e sensação de controle
Guardar um pouco, mesmo devendo, traz uma sensação de progresso. E quem está endividado geralmente lida com culpa, frustração e ansiedade.
Ver seu dinheiro crescendo (ainda que devagar) pode motivar e ajudar a manter o foco na jornada de sair das dívidas.
3. Negociações melhores
Ter algum dinheiro guardado permite que você consiga negociar suas dívidas à vista, com desconto. Isso é muito comum em feirões limpa nome e renegociações diretas com credores.
⚠️ Quando NÃO é recomendado guardar dinheiro
- Se você está atrasando contas básicas (como luz, água, aluguel);
- Se sua dívida tem juros altos diários (como cartão de crédito rotativo);
- Se você tem acesso a uma renegociação vantajosa, mas não aproveita por estar guardando dinheiro demais.
Nesses casos, priorize pagar ou negociar a dívida o quanto antes.
📌 O equilíbrio é a chave
Você não precisa escolher entre 100% pagar dívidas ou 100% guardar dinheiro.
Pode (e deve) fazer os dois de forma equilibrada. Um bom começo é usar a regra 70-20-10, adaptada para endividados:
- 70% da renda: despesas fixas e essenciais;
- 20%: pagamento das dívidas (ou renegociação);
- 10%: poupança, reserva de emergência ou metas.
Claro, esses números variam conforme sua realidade. Mas o importante é criar o hábito de organização financeira enquanto trabalha para sair do vermelho.
✅ Conclusão
Guardar dinheiro enquanto ainda se tem dívidas não é burrice — é uma estratégia, quando feita com consciência.
Você não está apenas pagando o passado; está construindo um futuro com mais segurança e liberdade.
Se você quer sair das dívidas, aprender a se organizar e ainda realizar seus sonhos, comece com o que tem.
Organização é mais poderosa que renda alta.